domingo, 27 de fevereiro de 2011

Lembranças dos velhos trens!


Os antigos trens urbanos a diesel que faziam o transporte de passageiros no Recife fizeram parte da rotina dos pernambucanos que utilizavam esse meio de transporte. Durante décadas as locomotivas dividiam espaço com o transporte de açúcar, onde o faz até hoje. Saíam do extinto Terminal Ferroviário de passageiros Cinco Pontas, hoje um prédio abandonado no tradicional bairro de Santo Antônio. O mato e a degradação já tomam conta do prédio há 14 anos, desde quando os trens de passageiros foram desativados no auge de 1996, época em que eu tinha apenas cinco anos de idade.

Findo o ano de 1996, era legado ao seu sucessor, 1997, o fim definitivo dos trens a diesel de transporte de passageiros no Recife e o metrô ganhava espaço. Mas os trens, conhecidos por "Maria Fumaça" desde o século passado no interior de Pernambuco, fizeram história. Partiam do Recife até o município do Cabo de Santo Agostinho, a 40 km da Capital pernambucana, e também operavam do Recife até o interior do Estado e demais estados do Nordeste.

A mim, quando criança, sempre me despertou a vontade de passear no trem, mas esse desejo nunca se realizou. Atualmente, com a expansão do metrô, os trens a diesel de passageiros se limitam apenas aos municípios de Jaboatão e Cabo. Poucos quilômetros de malha ferroviária sobreviveram para contar a história, entre essas duas linhas, sobressaltada pela linha intacta do transporte do açúcar, que é priorizado, sob a desculpa de que "dá mais lucro do que o transporte de passageiros".

Um passeio de trem pelo Recife. Acompanhe o vídeo abaixo.



O começo da minha adolescência foi marcado pela mania de empinar pipa na linha do trem. Sabia dos riscos que corria, inclusive de ser atropelado pela fera enorme, feita de toneladas de sucata. Mas a minha ingenuidade e as poucas horas de divertimento sob um sol escaldante eram maiores do que tudo. Eu tinha consciência que aquela aventura, um tanto perigosa, era o que eu mais gostava de fazer. Depois de tantos anos morando a menos de 1 quilômetro da estrada de ferro, ainda me recordo de como eram bons esses tempos!

Vídeo: APEFE (Associação Pernambucana dos Ferroviários).

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Vinte anos sem Cazuza


Duas décadas já se passaram desde o falecimento do poeta, cantor e compositor Cazuza, que lutava há 5 anos contra a aids. Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza, nasceu, cresceu e viveu sua vida em Copacabana, Rio de Janeiro. Nos anos 80, formou um grupo e montou uma banda de rock´n´roll, intitulada "Barão Vermelho" que era um sucesso entre os jovens naquela época. Para quem gostava de suas composições e viveu esse tempo, fica a saudade.

Agenor era um garoto apaixonado pela música clássica popular brasileira. Ele mesmo criava suas músicas, pois adorava compor. No final dos anos 80, ele optou por fazer carreira solo e se separou da banda, e criou a música "Exagerado", que estourou nas rádios e foi o maior sucesso naquele ano. Cazuza já foi considerado um ícone da música brasileira. Ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico, tendo declarado que era bissexual.

Veja, abaixo, um trecho do filme Cazuza - o tempo não pára, que mostra um pouco da trajetória do cantor.




Cazuza foi influenciado desde pequeno pelos grandes nomes da música brasileira e sempre teve contato com a música. Canções dramáticas e melancólicas eram a sua preferência. Nomes como Cartola, Dolores Duran, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Maysa e Dalva de Oliveira eram a sua inspiração que o ajudavam a compor suas canções. Artistas como o Cazuza fizeram história no repertório nacional de sucesso e talento. Sua criatividade sim, merecia aplausos dignos de um grande artista. Cazuza deixou saudades.

Foto: ed8a.blogspot.com
Vídeo: Globo filmes/YouTube

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A arte da grafitagem


O grafite é considerado uma manifestação de arte no qual o grafiteiro, que é o artista, se expressa de maneira diferente do pixador, ao qual muitas vezes é visto como ato de marginalidade pela sociedade. No entanto, o grafite vem quebrando preconceitos e ganhando mais espaço nos últimos anos, pois já é realizado com respeito e organização no âmbito das artes visuais, em que, aproveitando os espaços públicos, o artista cria uma linguagem intencional para interferir na cidade.



Surgido na década de 1970 em Nova Iorque (EUA), alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade, que logo foram evoluindo com o tempo. Foi introduzido no Brasil na década de 1970, em São Paulo, e os brasileiros incrementaram um toque brasileiro, e o estilo é reconhecido como um dos melhores do mundo. Diante das polêmicas que giram em torno desse movimento artístico, de um lado o grafite é desempenhado com qualidade artística, e do outro não passa de poluição visual e vandalismo.

Pinturas e desenhos de características essencialmente urbanas constituem um jeito de fazer a arte de pintura em paredes e muros, traduzida pelos grafiteiros como uma forma de arte comtemporânea feitos das mais diversas formas nas vias públicas. Contudo, em alguns casos ainda são vistos de maneira preconceituosa. A manifestação de arte e cultura não deveria ser enxergada dessa forma, visto que, em muitos casos, o grafite devolve a vida a muros e prédios abandonados.

Com o passar do tempo, a arte do grafite foi ganhando pelo mundo diferentes contextos, tipos e estilos, além de ganhar espaço de discussão e debates em instituições públicas de ensino. Ficou mais conhecida por ser representada de forma organizada, influenciando na forma de criar essa arte. Os traços dos desenhos, além de devolvar a vida a locais abandonados, chamam a atenção das pessoas e transmitem mensagens poéticas escritas por seus autores. Essa arte se destaca pelas diferentes formas, cores, tons e estilos com que é realizada.

Fotos: www.blogsilence.com/brasilescola.com/acessa.com